domingo, 6 de março de 2011

A origem da mediocridade

Se as pessoas reclamam tanto que a vida, 'as coisas' estão ficando cada vez pior e têm consciência suficiente para chegar a esta conclusão baseadas nas catastrofes corriqueiras, crimes, vícios, corrupções e tudo mais, por que não têm consciência de que quem faz as ditas 'coisas ruins' são elas mesmas?
A resposta é simples para muitos, falar é fácil, fazer é difícil. É como se quem faz fosse uma pessoa e que fala, outra. Isso poderia ser uma prova da dissociação entre a mente o o corpo, mas não penso assim. Somos um. Um ser que fantasia uma realidade vivendo noutra.
Enquanto o pensamento consciênte reflete nossos desejos, as ações refletem quem somos. Então o julgamento dos fatos deve ocorrer sobre as ações cotidianas, subconscientes, sobre aquilo que condicionamos ao longo da vida.
Se penso um ideal, faço o ideal. Isso não quer dizer perfeição pois cada momento exige uma solução imediata e ela sempre será parcial, única para o momento. Avaliá-la noutro momento a distncia do 'certo a se fazer'.
Nossa imaginação, então, parece viajar no tempo para o nosso passado, onde viamos as coisas com outros olhos. As músicas eram melhores, os filmes, os carros, a própria vida era mais digna.
Na verdade estamos fantasiando nosso passado para resguardarmo-nos das marcas ruins que ocorreram.
Aqueles que so lembram de coisas ruins, provavelmente não têm esta capacidade necessária para valorizarmos os traços de nossa formação inicial e reverberar na vida uma supervalorização do grupo faniliar e do local de onde viemos. Isso reforça a idéia de grupo social.
Nossa ilusão de que o mundo está pior nos obriga a fazer com que eduquemos nossos decendentes nos elementos que nos criaram e deram certo. Valeu Darwin.
Infelizmente o grupo social aumentou tanto que nossa estrutura cognitiva pode encontrair um ruído no meio de tanta informação e não conseguir processar adequadamente, dar conta de tantos dados necessita uma estrutura organizacional bem edificada e a aleatoriedade com que lidamos com eles no dia-a-dia forçam as crianças a desenvolverem uma estratégia nova. Não memorizar mais, nem refletir mais, mas conquistar novas ferramentas substitutivas que nos levam a não depender da interação social. Daí surgiria um certo individualismo de comportamento. Como somos programados à afetividade, satisfazemos nossa carências com estas mesmas ferramentas a exemplo do computador.
Sendo assim, não temos idéia concreta sobre como afetamos o próximo pois nossas ações não têm feedback imediato de pessoal, apenas interpretamos e depois de um défcit temporal que altera o momento, entramos numa realidade que não era a do momento da ação.
Acabamos por não receber os reforços e as punições de nosso comportamento no momento propício e nunca mudamos o nosso discursso para o que realmente somos e ficamos repetindo a frase símbolo da mediocridade, 'faça o que eu digo, e não o que eu faço'.

Flávio França

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