O sentido de religião é de religação, uma religação significa...ligar o que se separou. Podemos concluir que precisamos nos religar ao que proporciona o bem-estar, a satisfação, à uma sociedade justa e a uma prosperidade sustentável.
Isso significa se religar à própria essência do ser humano, natural, animal. Nos distanciamos da natureza quando deixamos que as nossas criações tomem conta de nós mesmos, quando dizemos que as instituições que criamos são elas em essência e independentes de nós.
è preciso suportar a dor para sentir o prazer do conforto, quem vive em conforto não sabe seu verdadeiro prazer e a imutabilidade de uma vida confortável só nos conduz à morte de espírito, de nossa essência enquanto indivíduos.
Somos vencidos pela moda de ser mais um igual aos outros. Quando desejamos ser diferentes acabamos nos enquadrando em algum grupo de iguais, mais uma tribo ou uma nova roupinha para vestir nosso caráter com uma ternura e beleza que se extinguem na primeira lojinha de bugingangas e penduricalhos, precisamos de algo novo, o que compramos ontem já não serve mais.
Religar, então, é redescobrir a verdade de que a luz do saber ofusca a sobriedade de uma mesmice ideológica transmitida de geração em geração, imutavelmente e transcendentalmente.
Religar-se é voltar a uma natureza que passamos anos destruindo e nos achando superiores como se ela existisse para nos servir. Voltar-se para o oceano ou um inseto e ver toda a sua profundidade e complexidade e o quanto nós somos dependentes deles.
Religar-se é compreender quem somos nesse universo, insignificantes, e quem somos uns para os outros, VIPs.
Se religar-se é sair do obscurantismo, é conhecer e, conhecer é entender o que ocorre. A beleza de toda espécie está em sua adaptação ao meio, e o meio humano exigiu uma adaptação de seus saberes baseados na capacidade de compreender a leis que regem as nossas vidas.
Quer dom mais belo que este.
Flávio França
Nenhum comentário:
Postar um comentário