Vejo diariamente comentários sobre o modelo de estética do(a) "marombeiro(a)". Vamos primeiramente conceituar o que seja um marombeiro.
1-Ir pra academia com roupinhas da moda, arrumadinho e cheiroso não é o perfil, também não é o averso, mas ir pra academia é pra treinar.
2-Olhar-se no espelho pra ver o penteado ou como ficou a combinação, ou se os musclinhos estão marcando também não o é, muito menos se o exercício está com boa postura. O espelho é um instrumento de trabalho para se analisar a simetria e fornecer incentivo visual para mais uma repetição. Corrigir postura é pra quem não sabe treinar pois a postura já está condicionada.
3-Tomar shake de whey no pós-treino não é de marombeiro, pois ele sabe que os carboidratos vêm primeiro.
4-Achar que quando chegar num determinado nível "está bom" e vai só manter - isso é realmente 'idéia de frango'. Marombeiro procura sempre melhorar sem desculpas como o tempo, o estresse ou a idade.
5-Usar máquinas de pino e se deliciar com equipamentos eletrônicos/pneumáticos pois facilitam a vida e não precisa carregar peso nunca que corresponderia ao pensamento do marombeiro. O desenvolvimento vem com o esforço e ele sabe disso.
6-Usar luvas não é pra evitar calos, mas evitar que a pele se rasgue com a carga alta.
7-Passear com o cinto na academia, em todos os exercícios é um absurdo pois, cinto é pra treinar duro e treino duro não lhe permite ficar 'passeando'.
8-Comer uma frutinha ou barrinha de cereal... ridículo, frango, atum, arroz, batata, aveia é que fazem parte do lanche.
9-Achar que 'fulano' está muito grande é um dos primeiros sintomas que você não é marombeiro.
10-Achar ridículo que alguém ache bonito o que você acha feio é um indício de sua intolerância e marombeiro só não tolera quem rouba seu tempo com perguntas de quem não quer percorrer o árduo caminho por ele percorrido.
11-Ver uma mulher treinando duro e criticá-la dizendo que lhe tira a feminilidade é um forte indicador do seu medo de perder na comparação. Marombeiro sabe que a feminilidade de uma mulher está além do que ela faz no treinamento.
12-Quem malha é palhaço. Marombeiro treina.
13-Por último, não aceitar ser chamado de marombeiro.
Classificado o marombeiro vamos ver seu conceito de estética... aliás, vamos ver o da maioria.
1-Estética´boa' é o que é socialmente aceito.
2-Belo é o que 'agrada aos olhos'.
3-Bonito é ser normal.
Curiosamente, ninguém se destacou na sociedade humana por sua normalidade. Todos os que são lembrados o são por terem se destacado.
O que agrada aos olhos depende do que os olhos estão acostumados a ver.
O que é socialmente aceito perpassa pela aceitação da fome e das guerras, da miserabilidade da maior parte do mundo enquanto você se prende a críticas por diferenças de opnião. A sociedade aceita a miséria a partir do momento que não colabora para a redução das diferenças sociais.
Sem muito devaneio, muitos gênios foram considerados apenas após a sua morte e reconhecidos por chocarem a 'ordem social' e pelas suas 'inovações'.
Da próxima vez que chamar alguém de marombeiro reflita pois provavelmente você não o esteja perjorando e quando for pra sua academia 'malhar'. Guarde os pesinhos que usar, deixe de ficar de bate-papo, de encher o saco da recepcionista, de ficar entre quem treina e o espelho, de xeretar o treino dos outros, pare de pedir descontos e de contar os detalhes alcoolicos de suas noitadas, quando pedir um 'toque' não queira que o cara 'levante pra você' e deixe de ciscar no supino, isso é ricículo, diminua o peso.
Maromba é um estilo de vida assim como os corredores, ginastas, lutadores, yogues, dançarinos e tantos outros. Se você não compreende, não critique.
Este Blog é de nossa autoria e refletem o nosso pensamento. Não está preso a rigores linguísticos pois o que caracteriza-o é a livre escrita, sem revisão. Formação: Educador Físico graduado pela UFRN, Especialista em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina, Especialista em Educação, Desenvolvimento e Políticas Educacionais pela FIP, especialista em Saúde Coletiva pela UFRN. Professor do IFRN
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
A fortaleza do espírito não está numa prece, num símbolo ou mesmo num nome, mas nas ações do indivíduo. Ser não é mera existência cognitiva, é estar,é fazer, e, em se agir, refletir quem o é na sua forma mais profunda.
Não se deve confundir a fortaleza de espírito com honestidade perante as leis humanas. Elas são efêmeras, refleem apenas um paradigma dominante, mas as leis autógenas, geridas do ventre da verdade própria e boas.
Não se concebe fazer o mal a si, pois, em assim o fazer não ocorrerá em prazer. Prazer não é mero gozo de sensações, está além disso. O prazer carneo é necessário assim como o é o prazer do espírito, mas o verdadeiro prazer vem da livre escolha, sem medos de punição por desviarem-se de ditames ideocráticos, livre escolha sem restringir-se ao 'livre arbítrio' onde se pode tudo e não se pode nada.
Liberdade de ser e existir, ser em potência e existir em essência. O corpo é livre apenas se o espírito também o for. Quando regras morais ditadas configuram o que é o certo ou errado sem antes passar pela razão e o desejo, sem refletir o que nos é bom e prazeiroso, elas não nos servem.
Fazer o bem para si reflete em ser bom para os demais, é uma questão de reciprocidade, então liberdade é ter a capacidade de fazer o que é bom em essência e nunca em se fazer o que se quer sem racionalidade.
O corpo é 'nós' em essência, é o arquétipo do espírito. Não é um clausura para a alma, mas ela mesma em questão.
Enquanto supervalorizares teus aspectos cognitivos, técnicos e teóricos em detrimento de si mesmo estarás fugindo da essência, de você em prol de ditames mercadológicos ou de concepções exteriores do que é importante. Você é o que importa.
Não estamos juntos no mesmo barco - isso é historinha pra forçar seu pensamento coletivo - estamos sim vivendo nossas vidas junto de outras vidas. Se você satisfizer os desejos do próximo estarás trazendo insatisfação para si ou tendo prazer por apenas cumprir o que foi dito como certo.
Satisfazer ao próximo é apenas decorrência da sua satisfação. Se não entenderes serás eterno prisioneiro de mitos, tabus e hipnoses coletivas.
Por Flávio França
Não se deve confundir a fortaleza de espírito com honestidade perante as leis humanas. Elas são efêmeras, refleem apenas um paradigma dominante, mas as leis autógenas, geridas do ventre da verdade própria e boas.
Não se concebe fazer o mal a si, pois, em assim o fazer não ocorrerá em prazer. Prazer não é mero gozo de sensações, está além disso. O prazer carneo é necessário assim como o é o prazer do espírito, mas o verdadeiro prazer vem da livre escolha, sem medos de punição por desviarem-se de ditames ideocráticos, livre escolha sem restringir-se ao 'livre arbítrio' onde se pode tudo e não se pode nada.
Liberdade de ser e existir, ser em potência e existir em essência. O corpo é livre apenas se o espírito também o for. Quando regras morais ditadas configuram o que é o certo ou errado sem antes passar pela razão e o desejo, sem refletir o que nos é bom e prazeiroso, elas não nos servem.
Fazer o bem para si reflete em ser bom para os demais, é uma questão de reciprocidade, então liberdade é ter a capacidade de fazer o que é bom em essência e nunca em se fazer o que se quer sem racionalidade.
O corpo é 'nós' em essência, é o arquétipo do espírito. Não é um clausura para a alma, mas ela mesma em questão.
Enquanto supervalorizares teus aspectos cognitivos, técnicos e teóricos em detrimento de si mesmo estarás fugindo da essência, de você em prol de ditames mercadológicos ou de concepções exteriores do que é importante. Você é o que importa.
Não estamos juntos no mesmo barco - isso é historinha pra forçar seu pensamento coletivo - estamos sim vivendo nossas vidas junto de outras vidas. Se você satisfizer os desejos do próximo estarás trazendo insatisfação para si ou tendo prazer por apenas cumprir o que foi dito como certo.
Satisfazer ao próximo é apenas decorrência da sua satisfação. Se não entenderes serás eterno prisioneiro de mitos, tabus e hipnoses coletivas.
Por Flávio França
terça-feira, 15 de maio de 2012
Média aritmética e educação
Avaliar não é mera medida de um estado atual do aluno, nem poderia ser. Avaliar, seria sim, identificar as aquisições de conhecimentos psicomotores, cognitivos e afetivos permitindo destacar que elementos não estão bem estabelecidos e o por quê desta lacuna de aprendizagem.
Faz-se necessária uma reflexão do processo utilizado e das características do aluno para que sejam traçadas novas estratégias para que alcancem um conhecimento mínimo pré-estabelecido pelos organismos institucionais de educação, e pelo corpo docente da entidade loco do processo.
Fazer uma média entre os diversos saberes não representa o estado atual de saber, mas uma subtração do conhecimento anterior (geralmente de menor qualidade) do atual (geralmente de maior qualidade) ou seja, se o aluno aprendeu uma tarefa ou competência, se ele adquiriu uma habilidade ou resolveu um problema, não mais importará o que ele é capaz de fazer, mas irá inferir que ele não sabe.
Imaginemos uma primeira nota 2,0. Ela nos mostra que ele ainda não tem competência pois não passou pelo processo de aprendizagem de forma satisfatória. Uma segunda nota 8,0 reflete sua competência e do professor em lidar com o novo saber, um nível de sucesso na aprendizagem, mas, infelizmente sua média é 5,0. Não importa mais a diferença de aprendizagem, ele é rebaixado, reprovado.
A intenção deste sistema não é valorizar o sucesso escolar, a aprendizagem real, mas manter um alunos disciplinado em ser medianos, medíocres.
Um aluno que obtém duas notas 6,0 passa como melhor e que teria aprendido. Na minha análise ele já sabia um pouco, não aprendeu nada e teve promoção.
Maiores análises precisam ser feitas, mas posso afirmar a princípio que quem aprende sabe fazer. Saber mais ou menos é um estado temporário anterior à aprendizagem e posterior ampliação do elemento aprendido, seu desenvolvimento.
Tentarei refletir noutros momentos sobre este e outros aspectos relativos à avaliação.
Por Flávio França
segunda-feira, 12 de março de 2012
Coragem
Os percalços da vida não servem para nos fazer chorar, mas nos fortalecer - aquilo que não me mata me fortalece. A coragem deveria ser um imperativo praticado desde a infância, mas muitos pais protegem seus filhos preciosos sob o discurso do não traumatizar.
Só sabe o prazer de possuir um pé que já usou sapato apertado, o prazer da vitória não está em derrotar os adversários, mas em ver o resultado do treinamento, do empenho, da dor e da abstinência de prazeres comuns.
A coragem maior nem sempre é a das leoas que tentam caçar o gnu, mas dos seus pares que tentam protegê-lo, isso é proteção.
Curioso que se o filhote gnu não se levantar nas primeiras horas de seu nascimento ele é abandonado e o incentivo para ele se levantar é ver seu bando se afastando.
A proteção que vemos na natureza não é a mesma que os humanos inventaram - eles mantêm-se fortes, capazes de superar, adaptáveis e nós acabamos por provocar choros caudalosos e traumas irreparáveis pelo simples medo de viver.
A natureza preza pela vida, e muitos de nós procuramos métodos lentos de morrer. Seja pela alimentação, pelo uso de drogas, pela incapacidade de lidar com os sentimentos ou mesmo pela falta do que fazer... choramos.
Uma ave não sente pena de si mesma ao cair do ninho, um cão não para a sua corrida devido às pedras no caminho, um inseto não deixa de capturar sua presa por ela ser maior, mas as pessoas são condicionadas a desistirem de suas vontades por uma ordem social subjetiva e arbitrária.
O forte tornou-se sinônimo de grosseiro, de falta de respeito, de impetuoso, de 'pedante', de truculento, de indelicadeza, de falta de humildade - nós criamos um sistema que define o ideal humano como um fraco. Tronamos imperiosas as virtudes dos fracos, os vencidos é que têm o destaque, os coitados é que têm uma segunda chance, errar é humano (humano demasiado humano).
Pobres mortais que desistiram de uma vontade sublime de se elevar, que desistiram de leis lógicas, baseadas nos recursos necessários e se apregoaram à lástima de se basear em leis subjetivas, sem sentido, baseadas numa lógica do dominante, leis baseadas na escassez e no lucro, mas que não reflete a evolução do conhecimento científico que alcançamos.
Neste momento só posso desejar a você, leitor, coragem para ler o que ninguém lê, escrever o que ninguém escreve, ver, refletir, criticar, inconformar-se e fazer um mundo melhor para nossos patrícios.
A coregem de enfrentar algo não é o não temer, pois quem não tem medo não demonstra coragem. Coragem sim é enfrentar o que nos proporciona o pânico, ou seja, passar por situações que não estamos preparados para ela.
Na natureza os animais preparam seus filhos para enfrentar o que lhes é imposto fazendo com que eles sejam capazes de reconhecer o que podem ou não, fazer e sua coragem reside no simples fato de não temer o que é necessário fazer.
A coregem não reside no enfrentar o óbvio, mas sim em encarar o necessário, seja atacar, revidar ou fugir, com certa intencionalidade, buscando a situação que proporcione mais proveito para a sobrevivência.
Nos humanos não é diferente, no entanto estamos mudando a formação de nossos filhos para o não saber o que fazer.
A solução é óbvia, basta abandonar o medo da dor.
Att. Flávio França
PS. para quem tem curiosidade epstemológica e coragem, seguem-se dois links.
1- http://www.youtube.com/watch?v=JFrhEtU6MTI
2- http://www.youtube.com/watch?v=aA-LpnMkebo
Só sabe o prazer de possuir um pé que já usou sapato apertado, o prazer da vitória não está em derrotar os adversários, mas em ver o resultado do treinamento, do empenho, da dor e da abstinência de prazeres comuns.
A coragem maior nem sempre é a das leoas que tentam caçar o gnu, mas dos seus pares que tentam protegê-lo, isso é proteção.
Curioso que se o filhote gnu não se levantar nas primeiras horas de seu nascimento ele é abandonado e o incentivo para ele se levantar é ver seu bando se afastando.
A proteção que vemos na natureza não é a mesma que os humanos inventaram - eles mantêm-se fortes, capazes de superar, adaptáveis e nós acabamos por provocar choros caudalosos e traumas irreparáveis pelo simples medo de viver.
A natureza preza pela vida, e muitos de nós procuramos métodos lentos de morrer. Seja pela alimentação, pelo uso de drogas, pela incapacidade de lidar com os sentimentos ou mesmo pela falta do que fazer... choramos.
Uma ave não sente pena de si mesma ao cair do ninho, um cão não para a sua corrida devido às pedras no caminho, um inseto não deixa de capturar sua presa por ela ser maior, mas as pessoas são condicionadas a desistirem de suas vontades por uma ordem social subjetiva e arbitrária.
O forte tornou-se sinônimo de grosseiro, de falta de respeito, de impetuoso, de 'pedante', de truculento, de indelicadeza, de falta de humildade - nós criamos um sistema que define o ideal humano como um fraco. Tronamos imperiosas as virtudes dos fracos, os vencidos é que têm o destaque, os coitados é que têm uma segunda chance, errar é humano (humano demasiado humano).
Pobres mortais que desistiram de uma vontade sublime de se elevar, que desistiram de leis lógicas, baseadas nos recursos necessários e se apregoaram à lástima de se basear em leis subjetivas, sem sentido, baseadas numa lógica do dominante, leis baseadas na escassez e no lucro, mas que não reflete a evolução do conhecimento científico que alcançamos.
Neste momento só posso desejar a você, leitor, coragem para ler o que ninguém lê, escrever o que ninguém escreve, ver, refletir, criticar, inconformar-se e fazer um mundo melhor para nossos patrícios.
A coregem de enfrentar algo não é o não temer, pois quem não tem medo não demonstra coragem. Coragem sim é enfrentar o que nos proporciona o pânico, ou seja, passar por situações que não estamos preparados para ela.
Na natureza os animais preparam seus filhos para enfrentar o que lhes é imposto fazendo com que eles sejam capazes de reconhecer o que podem ou não, fazer e sua coragem reside no simples fato de não temer o que é necessário fazer.
A coregem não reside no enfrentar o óbvio, mas sim em encarar o necessário, seja atacar, revidar ou fugir, com certa intencionalidade, buscando a situação que proporcione mais proveito para a sobrevivência.
Nos humanos não é diferente, no entanto estamos mudando a formação de nossos filhos para o não saber o que fazer.
A solução é óbvia, basta abandonar o medo da dor.
Att. Flávio França
PS. para quem tem curiosidade epstemológica e coragem, seguem-se dois links.
1- http://www.youtube.com/watch?v=JFrhEtU6MTI
2- http://www.youtube.com/watch?v=aA-LpnMkebo
sábado, 10 de março de 2012
Academias, mensalidades e salários.
O preço de um produto ou serviço, quando aprendi na escola nas aulas sobre capitalismo, era elaborado com base numa fórmula simples. O custo de confecção ou desenvolvimento do serviço acrescido do valor do trabalho sobre ele e o lucro. Era uma fórmula simples e que explicava o preço auto de muitas coisas.
Um detalhe que era acrescido à fórmula era a procura e a oferta - quanto maior a oferta de um produto ou serviço, menor seria o preço dele, quanto maior a procura, maior o preço.
O salário de quem produz correspondia à sua produção e à qualidade do produto ou serviço.
No atual mercado falar em qualidade é hipocrisia. Se um produto tem qualidade ele resolve o problema (nos serviços) e é duradouro (nos bens) então não precisará ser reposto ou concertado tão cedo e o mercado sofrerá sem procura.
Como acreditar que o serviço foi bem feito se para se obter lucro num mercado sobrecarregado de impostos é preciso ou sonegar ou oferecer algo inferior ao prometido.
As academias estão se proliferando sob a máxima de que a saúde e a estética principalmente são fundamentais e que é necessariamente nas academias onde devem ser feitos os exercícios físicos. Ninguém se lembra que uma academia é um ótimo negócio para se lavar dinheiro ou se sonegar impostos.
A mão-de-obra que antes era regida pela sua qualidade agora, sob a política de acesso à universidade do governo está perdendo em capacidade, em habilidade e mesmo amor pela profissão.
São inúmeros os profissionais lançados anualmente no mercado se tornando mão-de-obra barata e desqualificada - é difícil formar um bom profissional que vem de uma escola que "passa de ano" e de uma cultura que valoriza o lucro.
Ademais, como concorrer enquanto profissional com os instrutores leigos que ainda persistem no mercado. É fato, os empresários estão contratando leigos ao invés de profissionais - inclusive muitos formados não se destacam em termos de conhecimento científico dos leigos.
As academias então pagam o mesmo valor que era praticado a cerca de 12 a 15 anos atrás e com a desculpa da concorrência e das despesas - mesmo elas fazendo parte de associações de academias (parece cartelização).
As máquinas não se renovam, a sala é suja, o ventilador desligado e o som é de baixa qualidade e de péssimo gosto e o professor continua dando cantada nas meninas bonitinhas com aquelas meias ridiculamente levantadas para seguir a moda novelística - sem dizer d'aquelas roupas que deixam a ponchete e dos abadás que provam sua participação numa micareta qualquer, mas o salário continua baixo.
Alguns alunos reclamam por pagar 30 a 40 reais numa academia e gastão muito mais com cachaça e os professores se esbufeteiam para receber aquelas migalhas oferecidas pelo dono.
As boas academias cobram do aluno e do personal - ganham dobrado sem oferecer nada a mais - e excedem no seu preço por não oferecer o que é de mais precioso, um serviço de qualidade técnica.
Não acho que esteja insultando os bons profissionais, esforçados, estudiosos, praticantes de suas modalidades, investigadores, críticos e criativos, mas uma geração de pessoas que aprendem receitas prontas e pagam caro para que os ensina estas receitas e se prestam a usar roupinhas bonitinhas para se enquadrarem nos moldes da academia e ficam disputando alunos de 'personal' com preços cada vez mais baixos e qualidade pior.
Enquanto o público dança o 'kuduro' a cultura do lucro assola as academias e os professores continuam como o Professor Raimundo já mostrava.
São professores dando gritinhos, tomando 'bomba' e se vestindo de palhaço para agradar a clientela. Ao mesmo tempo tem a eterna disputa dos leigos que nem deveriam estar no mercado - quanto menos se conhece algo mais se pensa saber sobre ele.
Não podemos nos esquecer dos aspectos legais trabalhísticos onde a falta de registro na Carteira de Trabalho, o registro com valor diferente do real, as negociatas nos momentos de necessidade do profissional se ausentar por licença, o não cumprimento das férias, a falta do seguro para os estagiários, a ausência de um profissional formado e devidamente registrado supervisionando o trabalho de estagiários, a falta de registro dos professores e da própria academia no conselho de classe, o não pagamento de direitos nos casos de demissões, carga horária exagerada e condição de trabalho péssimas com o risco de perda auditiva, de acidentes e de lesões por esforço repetitivo, não há seguro contra acidentes nas instituições para os clientes e o risco recai sobre o professor de pagar 'o pato' pelo ocorrido etc. É muita coisa a que o professor se submete em troca de umas 'moedinhas'. E o cliente que fica esquecido numa condição de insalubridade com máquinas de "fundo de quintal".
Não podemos nos esquecer dos aspectos legais trabalhísticos onde a falta de registro na Carteira de Trabalho, o registro com valor diferente do real, as negociatas nos momentos de necessidade do profissional se ausentar por licença, o não cumprimento das férias, a falta do seguro para os estagiários, a ausência de um profissional formado e devidamente registrado supervisionando o trabalho de estagiários, a falta de registro dos professores e da própria academia no conselho de classe, o não pagamento de direitos nos casos de demissões, carga horária exagerada e condição de trabalho péssimas com o risco de perda auditiva, de acidentes e de lesões por esforço repetitivo, não há seguro contra acidentes nas instituições para os clientes e o risco recai sobre o professor de pagar 'o pato' pelo ocorrido etc. É muita coisa a que o professor se submete em troca de umas 'moedinhas'. E o cliente que fica esquecido numa condição de insalubridade com máquinas de "fundo de quintal".
Faço um apelo às faculdades de Educação Física, cobrem conhecimento técnico de seus formandos, permita uma prática exaustiva de aprendizagem, estimulem o ceticismo e a crítica com base científica, estimulem a reflexão sobre a própria profissão e ensinem os indivíduos a pesquisarem.
Profissão se faz com conhecimento de causa e com bases em métodos científicos enquanto que ofícios se baseiam apenas em vivências práticas e ditos populares.
Por Flávio França
domingo, 4 de março de 2012
A ditadura do coitadinho?!
"Vivemos num país sedento, um momento de embriaguês" realmente e "enquanto os homens exercem seus podres poderes tem gente matando de fome e de sede" e "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade".
O que fazer contra este estado de torpor alcoolico, como impedir a tirania política e econômica e como fazer o mundo evoluir como passos de gigantes? Este é um grande problema e que está sedimentado em mentes provincianas e/ou metropolitanas.
O provincianismo da submissão e o metropolitanismo da dominação são dois lados de uma única realidade, a ignorância.
Falar dos dominantes já é fato, todos se colocam a séculos contra esta categoria e acredito não ser mais necessário, mas falar do dominado só início do século XX tivemos esta oportunidade.
O mundo humano está enfraquecendo. Precisamos de leis para dizer o que é certo ou errado, não usamos nosso intelecto para tomar decisões, não fazemos uso de uma moral racional apenas correspondemos ao que é dito na lei.
Como pensar em um mundo livre onde a "democracia" é regida pelo dinheiro - não falo capitalismo como era de se esperar, mas dinheiro puro e simples - onde o princípio do valor agregado é preponderante em detrimento do valor do recurso.
Pensar em governos implica em pensar em povo e somos adestrados a acreditar em "salvadores da pátria", somos doutrinados a acreditar que a felicidade só vem do sucesso e este do esforço árduo, do trabalho ou se não da usurpação, da flagelação da moralidade e da racionalidade.
Fazer o certo para conquistar uma dádiva não me parece moralidade, estudar para não ser reprovado é como comer para defecar e não para satisfazer uma necessidade nutricional e um prazer. Aliás, ter prazer tornou-se errado, desejos devem ser reprimidos e necessidades devem ser apenas o necessário.
É claro que quem alardeia este discurso tem boa morada, transporte, saúde e dinheiro/poder, mas tem uma intenção fraca, de manter tudo como está ou melhorar sua própria situação. O discurso do conformismo é pregado pelos poderosos, mas não podemos dizer que eles são os fortes pois sua moralidade é corrupta.
Também não posso afirmar que o trabalhador que se sacrifica para sobreviver é um forte. Render-se aos ditames imperialistas é imoral, conformar-se é imoral e vender sua vida também o é.
Nos filmes nos mostram a menininha bonita namorando o rapazinho simpático que tem de enfrentar o brutamonte bonitão, nas novelas temos a eterna luta do bem (o trabalhador esforçado) contra o mal (rico e de berço), nas músicas temos a banalização do amor como se fosse um sentimento sublime e imortal, puro e incondicional, nas propagandas temos produtos que resolvem de tudo e não causam males e sem sacrifícios.
Falando com outras palavras, quem disse que ser bonito é sinônimo de burro, ser grande de ser arrogante, ser pobre é ser humilde e honesto, ser rico é ser soberbo e ganancioso, que o amor é eterno e que chazinho natural faz bem sem fazer mal, por que nos negam o prazer e a dor de viver, por que temos de ser cautelosos com a educação de nossos filhinhos pra não causar 'traumas'.
Desde quando devemos negociar com assassinos e estupradores, com corruptos e pregadores de sonhos em troca de dinheiro.
O homem perdeu sua capacidade de descobrir, de ser curioso, de questionar na frente da "caixa mágica" que nos traz imagens do mundo - é claro que podemos escolher o programa, mas será que escolhemos realmente ou alguém escolheu por nós.
Desde quando aceitar o que nos dizem é o certo, que estudar um monte de superficialidades impressas em livrinhos didáticos resumidos e de 'fácil compreensão' e ficar sentado numa sala disciplinadamente é uma atitude correta (é claro que é o certo pois o professor está ali para 'transmitir' a aula e você pra ouvir e responder a pergunta?!).
Devemos aceitar as pessoas como elas são? Então porque não aceitam os violentos, os incrédulos, os sinceros tudo sob uma falsa premissa de respeito.
Devemos respeitar o credo de cada um, mas não aceitamos a falta de credo. Não podemos ser preconceituosos, mas fazemos leis baseadas na cor e classe social - falsa tolerância.
E, realmente, devemos ser tolerantes, ovelhas sob o domínio de um pastor ou podemos dar vasão aos nossos sentimentos e idéias.
O que é liberdade, poder votar se quiser ou não ter o voto condicionado por nada a mais que a capacidade técnica, isso mesmo, técnica. Quem soluciona os problemas da vida são técnicos treinados e não políticos interesseiros. Como alguém pode governar justamente se foi eleito por meio de muito dinheiro na campanha e muita promessa.
Fala-se em natureza humana - na violência, na competitividade, no amor de mãe etc - mas esquecem-se do condicionamento do meio. Aliás, desde que inventaram a idéia de que o ser humano é superior aos animais, os termos condicionamento e adestramento foram extirpados de nosso linguajar e substituidos por educação ou seja uma abstração absoluta do que se quer e que é na verdade, tornar capaz.
Somos animais, talvez com especificidades como qualquer outro, mas o somos e pensar que somos únicos e perfeitos apenas demonstra nossa ignorância. Pobre Gaia!
Fica uma grande pergunta, o por quê que devemos nos rebaixar sob a égide de uma falsa humildade, de uma compaixão hipócrita, de um desdém pela ciência, de políticas assistencialistas e imediatistas, de tratamento de feridas e nunca das causas, de uma negação da estética, do belo, na crença do fatalismo, num desprezo pelo corpo e pela natureza.
Devemos nos tornar fortes, vigorosos, moralistas, verdadeiros, humanos, animais, racionais, questionadores, curiosos, enfurecidos contra a dominação mental e os chamados "intelectuais" que não fazem nada.
A educação deve ensinar um pensamento crítico e sabedor das coisas, e está tentando, mas se depara com o próprio sistema que ela criou principalmente por fugir do pragmatismo.
Na escola se aprende a socializar sem fazer relações diretas entre os sujeitos, a pensar lendo apenas um livro, que os elementos cultos, eruditos seriam uma forma de dominação e não a supremacia da capacidade intelectual, que devemos deixar passar na frente os coitadinhos e dar o que conquistamos aos outros, mas não ensina como conquistar as coisas, a ter mérito - a bem verdade, o único mérito que a escola reforça é a nota boa como se o indivíduo que não a alcança fosse um inútil.
Acho que tem muito médico bom que não exerce a profissão por não ter passado no vestibular (se é que me entende).
A própria palavra 'coitadinho' me remete a um coito pequeno, ou seja, que não devia nem existir por insuficiência de espermatozóides e teria nascido por acaso ou destino, mas como não creio em destino...
Somos ensinados também que o mundo é competitivo e que o mais forte sobrevive. Nunca foi assim, o mais adaptado sobrevive, mas, no entanto, criamos uma estrutura social e política onde os menos adaptados, ou que tiveram menos sucesso, são mais protegidos, sua cultura é de mais valor pois seria "do povo", onde a prole se sobressai em relação às condições de cuidar dela e onde as crenças sobrenaturais são mais consolidadas e imutáveis fazendo com que a sociedade tenha uma mudança na sua evolução natural - com os humanos a seleção natural foi modificada e a seleção agora é social. Na verdade os fracos se multiplicam.
Quando se fala em fraco e forte pensa-se logo em dominado e dominante e eu reforço, não falo em favor de nenhum posicionamento neo-alguma coisa, mas no sentido de que são sinônimos de fraqueza a corrupção, a injustiça, o irracionalismo, a brutalidade, a negação da animalidade e natureza, a dominação mental, a doutrinação e o dogmatismo.
Devemos ser fortes, negar o condicionamento social de 'levar vantagem', os comportamentos sociais víciosos. Nossos jovens precisam de ar livre, de exercício, de alimento bom e saudável tanto para o corpo como para o espírito. Devemos sentir o prazer do pós-dor e o lamento do pós-prazer. Jovens que não sabem o que fazer sem a internet, a telavisão e o celular são imprestáveis e devemos combater essa miséria.
A a sociedade parece estar marcada pela mediocridade. Nem tanto, nem tão pouco, nem oito e nem oitenta, a falácia do caminho do meio sem excessos. Acabamos assim por não viver plenamente e quando se fala nisso o jovem pensa em beber e drogar-se, dançar e transar desmedidademnte ou isolar-se do mundo numa crípta gótica ou nas "emo"rragias de chororô com falastrões explicando seu amor doentio ou a falta dele.
As crianças continuam aprendendo que existe um lobo-mau e uma menininha boazinha ou num papai-noel inventado pela coca-cola, num coelho com ovos de chocolate e não consigo ver nada de bom nestes contos - são meros símbolos deturpados pelos anos de recontagem.
Não nego os contos e fábulas (felizmente existe o Shrek para provar), mas não se fazem mais heróis virtuosos e continuam contando mentiras sobre o pobre do lobo e do boi-da-cara-preta (tome preconceito).
É... ainda tenho muito o que dizer, mas preciso parar pois na nossa sociedade os textos tem de caber no twitter - será porque só temos capacidade de reter uma parte do que é dito?...rs
Por Flávio França
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Não brigue, lute?!
É verdade, muitos praticantes de esportes de combate são meros esportistas. Sob máscaras de uma pseudo-defesa pessoal ou sob a ideologia de superioridade hegemônica eles alardeiam uma falsa imagem de força e coragem.
O Artista Marcial não se destaca pelas vitórias nos tatames e ringues, não faz louvores e idolatrias, não elevam-se ou suas técnicas além das pradarias olimpianas, mas se colocam no seu devido lugar.
São fortalezas espirituais onde nem o mais poderoso tigre poderia cravar suas garras. São intrépidos colossos e de semblante tranquílo. Existem muitos mestres por aí, de obras, pois mestres verdadeiros não recebem faixas ou títulos de associações, são mestres por não precisarem de reconhecimento.
A mídia apresenta-nos inúmeros praticantes de lutas nos seus momentos mais importantes para quem noticia algo, nos momentos onde homens comuns se mascaram de mestres.
Não podemos usar a mídia para mostrar o verdadeiro caminho do guerreiro pois ela usa deturpações marciais para vender notícia.
O verdadeiro guerreiro não derrota e nem é derrotado, ele não precisa derrotar.
O verdadeiro espírito marcial é impossível de ser alcançado por quem não vive uma verdadeira Arte Marcial, seja ela qual for.
O autoconhecimento é a meta primeira e, consequentemente o autocontrole. O domínio de si para a benéficie dos outros.
Não é uma religião metafísica mas uma religiosidade natural, real, material. A vitória sobre o que não se luta, a luta com o que não se vence.
Verdadeiros guerreiros podem até competir, lutar entre si, mas com o intuito não de derrota do próximo pois não temos adversários. O intuito da competição é de conhecer a si e o conceito que existe sobre o adversário é de que ele será nosso professor.
Quem ataca é defendido e contra-atacado num elo constante, num turbilhão de emoções, num esvaziamento de pensamentos para apenas agir de forma acertiva, efetiva e cordial, sempre ensinando como um artezão exímio ensina ao seu aprendiz.
Professores que batem, derrubam seus aprendizes são "mestres de obras" quando o que os motiva é demonstrar suas capacidades, mas são mestres de verdade quando sem precisar bater ou derrubar mostram ao aluno o que ele deve fazer.
A relação do lutador com seu "colega" é dialética e multidirecional, sofre interações de todos os lados e no final temos um artista forte, corajoso, grandioso que estremece qualquer muralha com seu olhar doce e gentil.
Infelizmente as Artes Marciais estão se massificando e acredito que, mesmo com o capitalismo e as competições podemos construir seres colossais e de espirito puro, mas para isso precisamos de um bom professor e essa é uma outra história.
O Artista Marcial não se destaca pelas vitórias nos tatames e ringues, não faz louvores e idolatrias, não elevam-se ou suas técnicas além das pradarias olimpianas, mas se colocam no seu devido lugar.
São fortalezas espirituais onde nem o mais poderoso tigre poderia cravar suas garras. São intrépidos colossos e de semblante tranquílo. Existem muitos mestres por aí, de obras, pois mestres verdadeiros não recebem faixas ou títulos de associações, são mestres por não precisarem de reconhecimento.
A mídia apresenta-nos inúmeros praticantes de lutas nos seus momentos mais importantes para quem noticia algo, nos momentos onde homens comuns se mascaram de mestres.
Não podemos usar a mídia para mostrar o verdadeiro caminho do guerreiro pois ela usa deturpações marciais para vender notícia.
O verdadeiro guerreiro não derrota e nem é derrotado, ele não precisa derrotar.
O verdadeiro espírito marcial é impossível de ser alcançado por quem não vive uma verdadeira Arte Marcial, seja ela qual for.
O autoconhecimento é a meta primeira e, consequentemente o autocontrole. O domínio de si para a benéficie dos outros.
Não é uma religião metafísica mas uma religiosidade natural, real, material. A vitória sobre o que não se luta, a luta com o que não se vence.
Verdadeiros guerreiros podem até competir, lutar entre si, mas com o intuito não de derrota do próximo pois não temos adversários. O intuito da competição é de conhecer a si e o conceito que existe sobre o adversário é de que ele será nosso professor.
Quem ataca é defendido e contra-atacado num elo constante, num turbilhão de emoções, num esvaziamento de pensamentos para apenas agir de forma acertiva, efetiva e cordial, sempre ensinando como um artezão exímio ensina ao seu aprendiz.
Professores que batem, derrubam seus aprendizes são "mestres de obras" quando o que os motiva é demonstrar suas capacidades, mas são mestres de verdade quando sem precisar bater ou derrubar mostram ao aluno o que ele deve fazer.
A relação do lutador com seu "colega" é dialética e multidirecional, sofre interações de todos os lados e no final temos um artista forte, corajoso, grandioso que estremece qualquer muralha com seu olhar doce e gentil.
Infelizmente as Artes Marciais estão se massificando e acredito que, mesmo com o capitalismo e as competições podemos construir seres colossais e de espirito puro, mas para isso precisamos de um bom professor e essa é uma outra história.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Assinar:
Comentários (Atom)
