quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A fortaleza do espírito não está numa prece, num símbolo ou mesmo num nome, mas nas ações do indivíduo. Ser não é mera existência cognitiva, é estar,é fazer, e, em se agir, refletir quem o é na sua forma mais profunda.

Não se deve confundir a fortaleza de espírito com honestidade perante as leis humanas. Elas são efêmeras, refleem apenas um paradigma dominante, mas as leis autógenas, geridas do ventre da verdade própria e boas.

Não se concebe fazer o mal a si, pois, em assim o fazer não ocorrerá em prazer. Prazer não é mero gozo de sensações, está além disso. O prazer carneo é necessário assim como o é o prazer do espírito, mas o verdadeiro prazer vem da livre escolha, sem medos de punição por desviarem-se de ditames ideocráticos, livre escolha sem restringir-se ao 'livre arbítrio' onde se pode tudo e não se pode nada.

Liberdade de ser e existir, ser em potência e existir em essência. O corpo é livre apenas se o espírito também o for. Quando regras morais ditadas configuram o que é o certo ou errado sem antes passar pela razão e o desejo, sem refletir o que nos é bom e prazeiroso, elas não nos servem.

Fazer o bem para si reflete em ser bom para os demais, é uma questão de reciprocidade, então liberdade é ter a capacidade de fazer o que é bom em essência e nunca em se fazer o que se quer sem racionalidade.

O corpo é 'nós' em essência, é o arquétipo do espírito. Não é um clausura para a alma, mas ela mesma em questão.

Enquanto supervalorizares teus aspectos cognitivos, técnicos e teóricos em detrimento de si mesmo estarás fugindo da essência, de você em prol de ditames mercadológicos ou de concepções exteriores do que é importante. Você é o que importa.

Não estamos juntos no mesmo barco - isso é historinha pra forçar seu pensamento coletivo - estamos sim vivendo nossas vidas junto de outras vidas. Se você satisfizer os desejos do próximo estarás trazendo insatisfação para si ou tendo prazer por apenas cumprir o que foi dito como certo.

Satisfazer ao próximo é apenas decorrência da sua satisfação. Se não entenderes serás eterno prisioneiro de mitos, tabus e hipnoses coletivas.

Por Flávio França

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