domingo, 18 de dezembro de 2011

Aula de matemática financeira.


AULA PARA NOSSA PRESIDENTA!!!
Autor desconhecido

Hoje vou brincar de professor de matemática. Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.

Problema nº1
Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.
Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.
Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?
R: 160,00 reais diários
Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2
O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(vixe, valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3
Um professor de padrão de vida simples, solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:
Sindicato: R$12,00reais
Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)
Agua/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$60,00 reais
Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais
Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$1202,00 (SE FOSSE SÓ ISSO ESTARÍAMOS FELIZES)
Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades

Agora eu te pergunto:
- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??

 Agora olhem a pérola que o Sr. Governador do Ceará disse:

" Quem quiser dar aula faça isso por gosto, e não pelo salário.
Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado "

Cid Gomes - Governador do Ceará


CAMPANHA

"POLÍTICOS, doem seus SALÁRIOS e governem e legislem por AMOR !"

sábado, 26 de novembro de 2011

Dicas de Musculação - biotipologia!?

Muitas vezes me deparei com uma questão colocada no meio da musculação - qual é o meu biotipo; mesomorfo, endomorfo ou ectomorfo, ou mais alguma subdivisão deles. Daí ficava lendo revistas que me diziam a melhor forma de treinar para cada característica e, curiosamente, não encontrava estas respostas nos livros. Os atletas e a "galera" entendida dizia que é por ser bem diferente a teoria da prática e eles tinham anos de experiência e já sabiam dessas informações - como se este assunto não fosse nunca pesquisado e apenas as experiências deles (diga-se de passagem mau conduzidas) fosse a resposta verdadeira.
Na verdade o músculo se adapta às necessidades que ele tenha e, se quer aumentá-lo o máximo, a melhor forma é oportunizar treinos que exijam uma mescla de força e resistência.
Cada biotipo tem uma compleição distinta e ma distribuição dos tecidos diferente, mas músculo é músculo e as adaptações a cada tipo de estímulo são semelhantes. A grande diferença é que algumas pessoas conseguem treinar mais que outras e nem sempre isso corresponde ao tipo de corpo (biotipo).
Em resumo e sem muita discussão, treine segundo os princípios gerais para hipertrofia e, com a experiência, veja qual forma você obtêm melhores resultados e se sente mais confortável lembrando-se de uma regra básica, todo treinamento deve ser orientado a:
1- ser eficiente,
2- ser prazeroso,
3- ser saudável e
4- ser econômico.

N'outro momento abordaremos estes princípios.

Por Flávio França

Uma das armas que mais mata e é vendida indiscriminadamente!

sábado, 29 de outubro de 2011

Não brigue... lute!

Enveredo pelos caminhos marciais desde meus 9 anos. N'aquele momento, inspirava me a "sessão faixa preta" que passava semanalmente tarde da noite. Eram filmes de Bruce Lee, Chuck Noris, Sho Kosugui e outros tantos, hoje, desconhecidos. Era Operação Dragão, American Ninja, Bradock, Octagon, Ninja - A máquina assassina e mais recentemente (um pouquinho) Retroceder nunca, Render-se Jamais, O Rei dos Kickboxers, O Grande Dragão Branco e Rock Balboa. Era Van Dame, Jet Li, Jackie Chan, Bolo Yeung até chegar The Rock, Jason, o sucesso do Muay Thai e agora do célebre Quebrando Regras e O Lutador.

As lutas sempre me acompanharam e meus alunos sempre me pediram para trabalhar com elas nas escolas, mas os pais se tornaram o grande empecilho. Eles acreditam que a prática das lutas tornará seus filhos violentos.

Violência é lutar num tatame, com regras definidas ou agredir alguém pelas ideologias distintas que eles possuem. É belo fazer guerra por diferenças religiosas, ser homofóbico ou xenofóbico. As artes militares devem ser instrumentos da paz e só as compreende que as pratica.

Pergunte aos seu pais se nunca assistiram a um bom filme de luta onde o mocinho, que sempre começa apanhando ou tendo alguém próximo morto e, com muito esforço, vão treinar com um mestre muito sábio e retornam como pessoas melhores e fazendo justiça.

As meninas é quem mais sofre desse preconceito e são agredidas nas ruas por vagabundos onde elas não têm a menor chance de defesa ou mesmo de fuga.

As mulheres são rotuladas de fracas e ingênuas, incapazes e desastradas apenas pelo simples fato de não desenvolverem seus potenciais.

As famílias continuam tratando suas filhas como servas dos homens, fracas, incapazes e destinadas ao casamento ou ao trabalho escravo.

A luta não é só física, um embate de oposição, de força, mas é uma nova atitude, um novo comportamento que é rejeitado por quem domina a sociedade. A luta é pela verdadeira emancipação da mulher.

Não falo em emancipação por que a mulher esteja mostrando seu corpo desnudo na mídia ou servindo de cabide para maquiagens e joias. Nem me refiro à nova situação de falsa emancipação financeira onde a mulher conquistou seu mercado de trabalho e se sobrecarrega com uma divisão do trabalho injusta, seja na rua ou em casa.

A luta a que me refiro é a emancipação do pensamento da mulher ao nível de não só querer os direitos dos homens, mas de não mais depender deles sob o pretesto de serem frágeis e delicadas.

Chega de assaltos, estupros, espancamentos domésticos, assédios sexuais e morais. A mulher tem o direito de ser capaz de cuidar da própria vida.

As diferenças entre homens e mulheres existem, não sou cego, mas elas têm muito mais capacidade do que a sociedade lhes possibilita.

Não brigue... lute é uma campanha pela não violência. Não pela repressão dos sentimentos e dos desejos, mas pela capacidade de fazer, de ser, de agir. Não defendo uma canalização de más energias para o tatame, isso é uma deturpação, mas um autoconhecimento tal que nos permita só precisar lutar no tatame.

Venham treinar. Não vai ser fácil. Você vai suar, cansar e sentir dor, mas só aí saberá do que é capaz. Mas se preferir pode desistir e ser o sexo frágil que tanto serve aos caprichos machistas.

Se embeleze, rejeite o kimono, fique bonita, se pinte e sirva de moldura para o ego machista. Seja o papel de parede do marketing. Não se suje, não se agarre pois isso é coisa pra homem... continue sendo apenas a marionete das dancinhas da moda rebolando seu atrativo para a perpetuação da espécie.

Afinal, sentir dor, ficar suja e fedorenta é coisa pra homem e você é "feminina".

domingo, 23 de outubro de 2011

Respostas do Enem de Educação Física.

Vamos comentar as questões do Enem de Educação Física e, primeiramente não podemos deixar de considerar que, finalmente, a Educação Física está tendo o respeito que merece. Precisa agora que os professores das escolas deixem de enrolar e trabalhem uma Educação Física realmente de valor e não fiquem apenas com seu ego massageado pelas medalhas que seu time teve nos jogos escolares.

Antes que eu esqueça - as respostas certas podem ser diferentes do que eu vou defender.

Não cito o número ou a letra certa pois varia de acordo com a cor da prova.

Na questão sobre a modernidade, o texto mostra a corpolatria, a modelagem do corpo segundo padrões da moda e apenas o item que apresenta as dietas padronizadas, a ingestão inadequada de macronutrientes e a hipertrofia está certa. As demais só refletem aspectos adequados de exercício para a saúde e a qualidade de vida.

A questão sobre luta é respondida pelo item que mostra a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito e a formação do caráter.

A dança, em especial a folclórica, reflete os aspectos afetivos, históricos, ideológicos, intelectuais e espirituais refletindo o modo de expressão de um povo.

A questão sobre estilo de vida saudável tem duas informações erradas, pois quem deve acompanhar o exercício físico não é um médico, mas um Educador Físico e atividade física são todas as atividades motoras diárias e o texto deveria ter 'exercício físico' que, este sim, melhora o condicionamento físico. Eu responderia que a expressão "Além disso" marca uma sequenciação. No entanto não sou professor de português.

A questão de soma calórica para dar 200 calorias tem o item ridículo de atender telefone fazendo agachamento, mas a resposta são 60min a mais (some os tempos necessários para dar 200kcal de cada um e subtraia o tempo que é dado ou seja, 230 - 170 = 60)

A do IMC e IAC deve-se calcular a altura com a fórmula do IMC que dá 1,7m e usar a do IAC que vai dar 27,24 (faça a raiz da altura vezes ela mesma 1,3*1,7=2,21; depois divida 100 pelo resultado obtido 100/2,21 = 45,24; e subtraia 18 dando 27,24% ou seja reduzir seu excesso de gordura em cerca de 1% complementando ela precisa melhorar a massa magra pois com IMC de 20, tendo 1,7m de altura, 100cm de quadril e IAC de 27% ela está com uma silhueta fininha e seu peso de gordura elevado. Deve ser uma falsa magra e precisa fazer musculação.

A do IMC dos corredores é que Duílio (que nome feio) tem 27,3 e Sandra, 29,1 e pra eles a corrida não é o melhor indicado para iniciar, mas caminhada e musculação pois sedentários com sobrepeso precisam fortalecer suas estruturas locomotoras e melhorar sua capacidade para o exercício. E para alcançar o peso ideal devem ingressar numa reeducação alimentar.

A pista de atletismo, se não me engano pois não sei matemática, é fácil - é a raia de dentro, a 1. Para saber a distância faça 2*pi*r e some as duas laterais.

Se eu tiver errado não tem problema, entre com recurso.
PS. fiz agora, sem refletir muito... vai que tem pegadinhas.

Por Flávio França

sábado, 22 de outubro de 2011

Professores de Musculação

Comecei a treinar musculação com 16 anos oficialmente, pois desde os 12 ou 13 treinava com recursos domésticos, se é que me entendem e comecei a dar aula só com 19. Hoje, aos 37 anos me sinto confortável para falar sobre o assunto.
Sendo a musculação o sustentáculo financeiro das academias estamos nos deparando com o inúmeros Fisioterapêutas e Educadores Físicos e mesmo com praticantes se apresentando como professores de musculação.
Primeiramente temos de compreender que o Fisioterapêuta é o profissional que lida com a recuperação e legalmente não está habilitado a prescrever exercícios físicos ou lidar com aulas, seja de que tipo for. Ele é um profissional sério e de enorme valor em sua área de atuação.
O grande debate está entre o graduado em Educação Física (EF) e o professor não formado (leigo). A maior alegação do leigo é de que ele conhece os exercícios e como elaborar as "séries de treino" pois tem anos de prática e experimentou diversas possibilidades além de ler muito sobre o assunto.
A concepção de que "ler sobre o assunto" é estudar, pesquisar, investigar só demonstra sua falta de conhecimento sobre ciência. O conhecimento e´mpírico é fundamental em todas as instâncias do trabalho humano, mas, a partir do momento em que temos uma profissão e não um ofício a legitimidade é do saber científico sobre o tema em questão.
A EF é uma profissão e merece ser respeitada pois foi construída ao longo de décadas senão séculos de trabalho, esforço e pesquisa.
É inerente ao praticante acreditar que detem o conhecimento necessário para ministrar aulas dada à limitação de possibilidades com que se depara no universo único e exclusivo do treino. Ele acredita que sabe anatomia por conhecer alguns grupos musculares, que conhece fisiologia por saber sobre metabolismo dos carboidratos e dos lipídeos, ache que sabe biomecânica por conhecer os tipos de alavancas, cinesiologia por ter decorado o que os principais grupos musculares fazem. Acham que entendem de psicologia por ter assistido "super Nanny", de pedagogia não sabe nada pois não entende nem pra que serve achando que é só pra as escolas. Tem quase certeza de como trabalhar com grupos especiais pois tem uma receita para todos eles - treino mais leve, "sem pegar peso" - e acredita veementemente que sabe lidar com o cliente pois tem um corpo trabalhado (muitas vezes na base dos "óleos") e está no mercado a muitos anos.
Infelizmente a maior parte das vezes em que vi pessoas experientes eu vi a repetição dos mesmos erros e acertos por muitos anos. O simples fato de achar que não precisa de uma formação mais apropriada já demonstra sua "rigidez cadavérica".
Concordo que depois de alguns anos no 'ofício' o indivíduo se desestimula a topar uma faculdade, até mesmo por termos inúmeros cursos de EF que são medíocres, mas a radicalidade de alguns leigos contra os formados só reflete o medo de perder espaço no mercado tentando agredir antes que se reduza o número de clientes na academia.
Da mesma forma é condenável o profissional de EF que não entende da área em que pretende trabalhar. Colecionei revistas, pôsters, vídeos, fotos etc sobre musculação pois amo ests modalidade de exercício. Sou fã de culturismo, treino, convivo com atletas e praticantes comuns, acompanho as novidades, estudo e sigo preceitos de uma vida saudável, de alimentação e tudo o mais que trata do culto ao corpo. Entendo meu corpo como minha essência neste mundo - o Eu.
Este é o problema. Professores que não vivem a musculação enquanto estilo de vida não conhecem as 'entranhas' do exercício.
A musculação é composta por três áres: o saber científico acumulado (e que muda a cada nova pesquisa), o saber empírico (e que depende muito da experiência) e o amor, mas não um amor complascente, mas sim exigente, que não se contenta, que não se conforma, mas que busca mudanças).
Curiosamente estou vendo novos professores se drogando para fingir aos seus alunos que seus métodos são eficientes e esse aspecto eu não gostaria de comentar. O uso de recursos por atletas vai muito além do simples aspecto financeiro e merece estudos mais profundos. O professor que quer se passar por "marombeiro" é um mero 'mamulengo' do capital.
Pra finalizar, reflita um pouco sobre os professores de outras áreas também como a dança, as lutas, os esportes etc. Não é uma questão de manter uma cultura - e isso pode ser feito por todos - mas de lidar com uma PROFISSÃO.
Por Flávio França

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Formação em Educação Física é importante?

É curioso perceber que a maioria das profissões são respeitadas e "professor" continua sendo menosprezado, inclusive pela própria categoria, mas vamos nos deter na seguinte questão - é preciso ser formado em Educação Física para "dar" aulas de determinada atividade física?
Por lei SIM, só quem pode prescrever, acompanhar, avaliar, supervisionar e planejar atividades e/ou eventos que envolvam exercício físico com fins de saúde, performance, lazer, condicionamento, esportivo ou cultural é o Educador Físico, isso por que é legalmente considerada uma profissão subordinada a um Conselho (Confef/Cref). Mas e as atividades como a dança, as lutas, a capoeira etc, precisam também? Entendamos o que é profissão - uma atividade humana que usa mão de princípios e fundamentos científicos onde seus profissionais se baseiam em normatizações, sistemas, métodos fundamentados em pesquisa científica compartilhada pela comunidade em questão. As atividades que se fundamentam apenas na experiência individual são classificadas como ofícios. Isso não impede a atuação de mestres, de dançarinos e outros personagens desde que, sejam supervisionados por um profissional de Educação Física e, é importante frisar que, eles atuarão como representantes de uma manifestação cultural, que se limitam a transmissão destes conhecimentos específicos, mas cuja responsabilidade legal e profissional é do Educador Físico.
Uma questão importante é se o profissional de Educação Física tem competência nas diversas áreas. Isso é uma responsabilidade dele pois é punível por crime de negligência, imprudência e/ou imperícia se estiver trabalhando com uma atividade que não conheça.
Outros problemas são importantes: as faculdades não formam bem seus profissionais, eles não se aprofundam na área que se pretendem atuar, são, por vezes, maus professores, mas isso é o mercado quem deve selecionar e eles devem ser humildes o suficientes para não descartarem o acervo cultural que os mestres de cada área tem.
Trabalhamos com a cultura corporal e não podemos pregar uma pseudociência em detrimento de um saber popular verdadeiro, mas também não podemos descartar os verdadeiros profissionais de Educação Física.
Para encerrar, acredito que a minha história de vida reflete o que deveria acontecer naturalmente. Aquele indivíduo que sempre esteve envolvido com as atividades corporais e que sempre ajudou os professores na escola, que sempre praticou uma determinada atividade, ou várias, se interessarem em trabalhar com elas e procurarem se aperfeiçoar, treinando e estudando, buscando informações motoras ou cognitivas, respaldo cultural e científico para trabalharem cada vez melhor e, por respeito ao cliente e pela própria necessidade de ampliar os horizontes, se graduarem e pós-graduarem.
Um indivíduo que acha que não precisa estudar simplesmente está assinando o atestado de ignorância ou é acomodado com o dinheiro que ganha dos clientes que estão sendo enganados.
Vale a pena salientar que se você frequênta uma academia onde não tem a presença de profissionais graduados, nem mesmo na supervisão deles você está sendo enganado. Certificados de cursinhos na parede só diz que ele teve dinheiro para pagar por eles pois não passaram por uma avaliação ou por supervisão de alguém capacitado a fazê-lo.
Também não acredite em professores formados que não conhecem a sua área de atuação. Professor de musculação, de ginástica, de basquete, de karate, de dança ou qualquer outra atividade que não a pratique simplesmente está lhe dando uma indicação que ele "não usa o produto que vende".

Por Flávio França

sábado, 3 de setembro de 2011

Equipamentos de musculação.

Vamos comentar algumas das principais causas de lesões nas salas de musculação, os equipamentos utilizados. Primeiramente, se você paga "barato" para treinar, tenha certeza que vai pagar "caro" para concertar. É isso mesmo, uma academia que cobre seus 20, 30, 40 reais não tem condições de disponibilizar equipamentos ótimos e profissionais competentes, qualificados, registrados e satisfeitos.
Não é preciso que o equipamento seja caríssimo para ser bom, mas só os fabricantes sérios têm condição de fazer uma análise biomecânica do equipamento, bem como testes bem conduzidos e selecionar materiais preservem a integridade do equipamento e do cliente.
Alguns curiosos fazem equipamentos quase perfeitos, copiados de fotos e desenhos - isso é roubo de patrimônio intelectual. Outros são inventivos e desenvolvem seus próprios equipamentos, mas será que entendem de cinesiologia.
Tem gente que admira um instrutor ou um fabricante artezanal por ele saber os nomes de alguns músculos e suas fnções - isso só mostra a ingencuidade dele.
Vejamos alguns erros gritantes:

1. extensora - com sensação de muito peso no início e sem nenhum no fim do movimento e assento à 90 graus.
2. flexora - a mesma sensação e com a prancha reta, sem curvatura no quadril.
3. leg press - com apoio dos pés pequeno e que deixe o joelho se anteriorizar em demasia, banco não regulável e carro folgado nos trilhos o que gera um balanço característico.
4. smith machine - sem rolamento adequado causando atrito em demasia ou com apoio dos pés muito à frente.
5. supino reto - com suporte de barras muito curto ou muito longo, com altura inadequada e sem a possibilidade de elevação dos pés aliviando o arco lombar que se forma.
6. supino declinado - com a manutenção do quadril extendido.
7. puxador alto - sem apoio sobre a coxa, próximo ao quadril. Sem curso suficiente para puxar.
8. remada articulada - trazendo a pegada para próximo do peito, sem carga adequada à medida que se aproxima o peso.
9. voador 'peck deck' - sem estabilidade, com movimento desigual entre os braços.
10. suporte de agachamento - sem apoio de segurança regulável na altura, com instabilidade e sem espaço adequado para ajuda se necessário. Com piso escorregadio ou placas do piso soltas.

Isso foi só um pequeno roteiro para você ser capaz de julgar sua academia. Se ela não lhe atende o mínimo para garantir sua segurança ela não merece seu dinheiro - denuncie ao Conselho Federal de Educação Física, à Covisa, aos Bombeiros e à Secretaria de Tributação de sua cidade.

Não esqueça de fazer a propaganda negativa.

Por Flávio França

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Comentário de um grande amigo.

A. M. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Ainda sobre o "Forró de Plástico"...artigo de José...":

Caro Flávio, minhas congratulações!
Meu caro AMIGO, é lamentável observar jovens idolatrando e se aglomerando para acompanhar isto que na minha concepção é o séquito fúnebre de uma geração perdida nos corredores da idiotice e da falta de cultura. Onde o cérebro, levado pelas trepidações do corpo em euforia, guindados pela libido instigada através da sensualidade logra destituir o ser do que mais importante há: o seu senso crítico! Inexorável se fazem as palavras do célebre Machado de Assis: VIVEREMOS UMA ÉPOCA, A QUAL DENOMINAREMOS DE A REVOLUÇÃO DOS IDIOTAS!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A mitificação dos suplementos alimentares.


Sempre me deparo com uma situação, no mínimo, estúpida. Quando temos um atleta ou mesmo um indivíduo que obteve ótimo resultado com seus exercícios físicos vemos as pessoas lhes perguntando, - o que você tomou?
Curiosamente ninguém acredita que não é preciso tomar nada para que se tenha bons resultados.
Não sou hipócrita e não nego o fato que para se atingir níveis "sobrehumanos" de massa muscular e outras performances, o uso de drogas é necessário, mas nem tudo é só droga - esforço, dedicação, disciplina, alimentação, sono e descanço, anos de treinamento e, principalmente, genética são fundamentais.
Infelizmente, uma industria "babaca" nos empurra a idéia de que devemos tomar isso ou aquilo para se ter resultados ou mesmo saúde.
Começa essa falácia com papai e mamãe dizendo que tem de comer verdura e feijão pra ficar fortinho - que mentira. É igual a dizer que se a criança não obedecer vai chamar o "lobo mau".
Depois crescemos vendo a mídia dizer que esse ou aquele suplemento faz mil maravilhas. Se esse monte de chazinho, comprimidinho, pozinho e tudo mais fizesse refeito não tinha mais ninguém gordinho, magrelinho, fraquinho, feinho etc.
Depois vêm os pseudoespecialistas dizendo dos problemas devido ao uso e suplementos. Que é só pra atleta, que criança não pode usar, que tem de usar pra poder treinar (ou malhar pros mais delicados), que suplemento tem droga dentro, que brocha, dá câncer.
Primeiramente - NENHUM SUPLEMENTO FAZ MILAGRE - se você é muito feinha, não adianta se pintar (tem meninas que andam na rua com massa corrida na cara), se você é magrelinho, não adianta levantar cotonetes e tomar Whey Protein Isolada.
Suplemento nutricional (vale salientar que seja de boa marca) nada mais é do que comida processada. Se faz mal, comer também faz. Suplemento demais faz mal? É claro, pois até cuidado demais faz mal!
Curiosamente se proibe o uso de, por exemplo, albumina em pó, mas se permite usar leite em pó - é a mesma coisa, só que a albumina é clara de ovo desidratada.
Se proibe usar maltodextrina e se deixa usar "Maizena".
Tem uns discursos interessantes de gênios cientistas dizendo que os suplementos deveriam ser proibidos. Devia era proibir um indivíduo de dizer isso - "viva à liberdade de expressão? ... Será?!"
O pior é que os pais permitem e até estimulam as crianças a comerem lixo, isso mesmo, LIXO.
Se você oferece biscoito recheado, pipocas dessas fedorentas, refrigerantes, balinhas etc, na verdade você está matando aos poucos o seu filho e o deseducando para que ele nunca mais seja capaz de ter bons hábitos.
Os pais, realmente, matam seus filhos aos poucos ensinando-os a comer porcarias, a beber, a fumar, a falar palavrão, a ser violento, a ser preguiçoso, não fazer exercícios, não ser criativo e de espírito forte.
Não se ensina algo a uma criança dizendo pra ela, mas fazendo o que é certo. Infelizmente muitas pessoas são dominadas pelos prazeres imediatos e conseguem uma gama infinita de desculpas pra continuar sendo erradas em suas vidas.
Quanto à melhor suplementação, é complexo e o diálogo entre um profissional da Educação Física e da Nutrição é fundamental, mas não pergunte a eles na rua, por ser seu colega, marque uma consulta pois são profissionais que se esforçam muito para proporcionar à sociedade o verdadeiro caminho da saúde física.
Infelizmente tem alguns que sabem mil palavras bonitas, mas não sabem prescrever. Julgue bem antes de contratar.

Por Flávio França

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Academia do Idoso?

Estamos vendo, a cada dia, mais uma "academia do idoso" sendo implantada pelas pracinhas. É muito bom ver que nossos governantes já penssam na prevenção como elemento de saúde populacional, mas, infelizmente tenho algumas preocupações.
A "academia do idoso" são equelas parafernalhas para se sentar e levantar, rodar com o braço, simular o andar, simular escadas, cavalinho etc.
Primeiramente não consigo localizar um acervo de pesquisas bem conduzidas que mostrem os benefícios deste tipo de academia. São apresentados resultados que são semelhantes aos resultados obtidos com uma simples caminhada e alguns alongamentos o que não justifica um investimento maior. Neste aspecto seria mais barato para os cofres públicos um programa de exercícios conduzidos por um profissional de Educação Física onde viabiliza-se atividades nos diversos aspectos da motricidade.
Segundo que a maior necessidade do idoso é a melhoria da sua força e mobilidade articular e, neste sentido as atividades devem propiciar uma carga de trabalho de no mínimo 50% da capacidade máxima do indivíduo e ali não se chega nem perto disso.
Atividades mais leves são interessantes na melhoria da coordenação, equilíbrio, resistência, mas as pesquisas indicam que a melhoria da força muscular reduz efetivamente o risco de queda que é um elemento preocupante.
Em terceiro lugar temos o aspecto de delegar o exercício físico direcionado ao idoso a pessoas incapazes, curiosos, ou mesmo sem ninguém acompanhando. Faz-se necessário a presença de profissionais que prescrevam, acompanhem e sejam capacitadas e equipadas com o necessário para a prestação de socorro.
Tratar com terceira idade é tratar com um grupo de indivíduos que merecem respeito e nunca serem alvo de politicagens.
É preciso pesquisa séria, que reflita ganhos específicos com aqueles equipamentos, é imprescindível uma carga de trabalho que promova o desenvolvimento físico real e a garantia da ação de profissionais capacitados e de estrutura adequada que garanta o socorro imediato caso seja necessário.
Em outro momento tentarei discutir os exercícios para este público que é realmente especial, mas não pelos problemas, mas pelo carinho especial que eles têm por quem os respeita.

Por Flávio França

domingo, 17 de julho de 2011

Onde o Forró de Plástico não tem vez...Outro São João é possível.

Ainda não havia postado nadinha sobre minha passagem por Bananeiras, cidade do brejo paraibano, distante 130 km de João Pessoa, onde pude testemunhar que (parafraseando a célebre frase do Fórum Social Mundial) "Outro São João É Possível"...baixada a fumaça das fogueiras e desaparecidos os fogos nos céus, eis que que posso dizer que foi uma agradável surpresa ver uma cidade mobilizada em festejos juninos, cuja trilha sonora não é o chamado "forró de plástico" (ou "forró pela metade", como denomina meu querido Djalma Mota, de Caicó)
É a materialização do conceito que Chico César ("Mama Áfricaaaa...a minha mããe é mãe solteiraaaa"), atual Secretário de Cultura da Paraíba tornou público antes das festividades e que causou furor em muita gente.
Chico afirmou que não liberaria dinheiro público àqueles municípios cuja programação das festividades juninas contivessem artistas que não fossem do chamado "forró de raiz" ou "forró pé de serra". Por trás (ou pela frente, como queiram) da decisão, uma compreensão clara de que o Poder Público deve ter "critério" e "conceito" em suas decisões e que se isso vale em qualquer área das políticas públicas, deve valer, também, para os recursos que são despejados na seara cultural.
Muitos protestaram, mas os argumentos dele são consistentes. Ele deixou claro que o poder público não poderia entrar no chamado esquema do jabá, uma prática pela qual artistas e gravadoras poderosas compram (de maneira pouco transparente) espaço em rádios e TV (que são concessões públicas), monopolizando, assim, a grade de programação. Segundo ele, e é verdade, "a maioria dos meios de comunicação está atrelada a majors (grandes gravadoras como a EMI e Som Livre), restando um espaço desproporcional ou ínfimo para o que é produzido fora desta indústria. (Folha 13)
Além disso, ele aponta a dicotomia entre o mercado e a herança não-material, e que se deveria focar os recursos públicos na segunda durante o São João. “Os dois são legítimos, e eu faço parte do mercado, mas essas bandas não precisam de apoio do Estado para sobreviverem, como acontece com as bandas históricas de forró. Nosso trabalho é dar visibilidade a quem não tem mercado”.(Entrevista G1)
As distorções pela presença maciça desse modelo são claras e alimentam a marginalização de outras propostas estéticas pelo simples fato de não terem circulação. Sobre isso ele ilustra: "Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".(Teia de notícias)
Essa ideia não é nova, nem ele é pioneiro. Ariano Suassuna, quando Secretário de Cultura de Pernambuco fez o mesmo e muitos reclamaram, inclusive artistas respeitáveis. Mas o fato é que num contexto em que se pensa que o que foi aceito pelo mercado o foi porque é bom ou que o Estado deve financiar um arbitrário e ambíguo "gosto médio", para parecer democrático, o gestor público de cultura precisa, sim, discernir de maneira clara o papel do Estado no sentido da valorização da DIVERSIDADE CULTURAL e ser um mecanismo de afirmação disso.
Assim, me deliciei em ver as pessoas entoando deliciosamente as aventuras de Pedro Caroço de olho na Butique de Severina Xique-Xique, do mesmo jeito que presenciei (e me arrepiei) anos atrás 2.500 jovens (urbanos) recitando "Ai Se Sêsse", do também paraibano Zé da Luz, acompanhando Lirinha do Cordel do Fogo Encantado...