sábado, 7 de maio de 2011

Modismos da "Boa Forma".

É interessante notar como, eventualmente, novas técnicas, suplementos, alimentos e receitinhas aparecem na mídia para satisfazer a nossa necessidade na busca por um corpo dito "sarado". A própria concepção de "shape" definido e tonificado é totalmente ilusório para a grande maioria dos mortais.
A busca desenfreada por soluções milagrosas e "espinafres do Popeye" está fazendo com que os próprios profissionais se vendam às mediocridades mercadológicas e, até mesmo, passem a acreditar no que a mídia lhes diz.
Alguns dizem que devemos ter uma vida com alimentos naturais para ficar "tanquinho", mas nunca vi índio saradinho. Outros com fórmulas que substituem os esteróides anabolizantes, mas não sei de ninguém que tenha realmente crescido com plantinhas. Exercícios e sistemas de treinamento novos não passam de novas roupagens para os princípios de treinamento convencionais, apenas mais divertidos para atrair as pessoas. Parece que os gritinhos (u-hu), os tênizinhos brilhosos e as malhas "gostosas estão substituindo a receita básica pro desenvolvimento físico - alimentação, treino e descanço.
Dietas ridículas de literatura de suvaqueira, videos de saradões a saradonas (via cirúrgica ou medicamentosa) e musiquinhas que apenas motivam o rebolado e a sensualidade (ou melhor, a pornografia) parecem ser a mola mestra para o sucesso de venda, enquanto o jovem, vidrado em beldades de novelinhas adolescentes, se iludem e acabam utilizando ADE, silicone e outros recursos que na melhor das hipóteses, vai levá-los à cama de hospital para uma drenagem ou se acabam de fome para ficarem cadavéricos.
As mensagens passadas pela mídia de que se ganha dinheiro, fama e reconhecimento são mais fortes do que as que orientam quanto aos riscos de atitudes perigosas.
Posso mencionar que ao mostrar um jovem que se destroi na anorexia - como é o caso que passa atualmente numa destas novelas - mostra-se inúmeros casos de magrelas tendo fama e riqueza. Qual vencerá.
Acredito que o maior problema não é a mídia, mas os pais que não sabem educar seus filhos e lhes dão tanto carinho que eles passam a procurar fora de casa um substituto para a disciplina que deveriam ter recebido.
Hoje, um pais que proíbe o filho de algo, é chamado de "duro", mas dureza é ver um filho se acabar por causa de drogas.
duro é saber que, conscientemente, os pais não ensinam seus filhos a se exercitarem, a se alimentarem corretamente, a serem ativos, a enfrentarem desafios e tudo o mais que lhes é de responsabilidade.
Ao estado não cabe educar para a vida, mas aos pais e educar significa, dar exemplo, ensinar como se faz e cobrar resultados.
O pai reclama do filho que não lê, mas também não o faz. O pai reclama das mentiras do filho, e mente para ele com contos da carochinha sobre a vida. O pai vê o filho ficando doente e não trata a origem, mas dá apenas um remedinho para passar os sintomas. O certo é o pai fazer o que quer que seu filho faça.
Se o jovem for bem educado não cairá nos contos da mídia, mas buscará uma fortaleza, uma robustez de corpo pelos motivos certos. Um cuidado com o corpo por respeito a si mesmo.

Flávio França

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