terça-feira, 20 de setembro de 2011

Formação em Educação Física é importante?

É curioso perceber que a maioria das profissões são respeitadas e "professor" continua sendo menosprezado, inclusive pela própria categoria, mas vamos nos deter na seguinte questão - é preciso ser formado em Educação Física para "dar" aulas de determinada atividade física?
Por lei SIM, só quem pode prescrever, acompanhar, avaliar, supervisionar e planejar atividades e/ou eventos que envolvam exercício físico com fins de saúde, performance, lazer, condicionamento, esportivo ou cultural é o Educador Físico, isso por que é legalmente considerada uma profissão subordinada a um Conselho (Confef/Cref). Mas e as atividades como a dança, as lutas, a capoeira etc, precisam também? Entendamos o que é profissão - uma atividade humana que usa mão de princípios e fundamentos científicos onde seus profissionais se baseiam em normatizações, sistemas, métodos fundamentados em pesquisa científica compartilhada pela comunidade em questão. As atividades que se fundamentam apenas na experiência individual são classificadas como ofícios. Isso não impede a atuação de mestres, de dançarinos e outros personagens desde que, sejam supervisionados por um profissional de Educação Física e, é importante frisar que, eles atuarão como representantes de uma manifestação cultural, que se limitam a transmissão destes conhecimentos específicos, mas cuja responsabilidade legal e profissional é do Educador Físico.
Uma questão importante é se o profissional de Educação Física tem competência nas diversas áreas. Isso é uma responsabilidade dele pois é punível por crime de negligência, imprudência e/ou imperícia se estiver trabalhando com uma atividade que não conheça.
Outros problemas são importantes: as faculdades não formam bem seus profissionais, eles não se aprofundam na área que se pretendem atuar, são, por vezes, maus professores, mas isso é o mercado quem deve selecionar e eles devem ser humildes o suficientes para não descartarem o acervo cultural que os mestres de cada área tem.
Trabalhamos com a cultura corporal e não podemos pregar uma pseudociência em detrimento de um saber popular verdadeiro, mas também não podemos descartar os verdadeiros profissionais de Educação Física.
Para encerrar, acredito que a minha história de vida reflete o que deveria acontecer naturalmente. Aquele indivíduo que sempre esteve envolvido com as atividades corporais e que sempre ajudou os professores na escola, que sempre praticou uma determinada atividade, ou várias, se interessarem em trabalhar com elas e procurarem se aperfeiçoar, treinando e estudando, buscando informações motoras ou cognitivas, respaldo cultural e científico para trabalharem cada vez melhor e, por respeito ao cliente e pela própria necessidade de ampliar os horizontes, se graduarem e pós-graduarem.
Um indivíduo que acha que não precisa estudar simplesmente está assinando o atestado de ignorância ou é acomodado com o dinheiro que ganha dos clientes que estão sendo enganados.
Vale a pena salientar que se você frequênta uma academia onde não tem a presença de profissionais graduados, nem mesmo na supervisão deles você está sendo enganado. Certificados de cursinhos na parede só diz que ele teve dinheiro para pagar por eles pois não passaram por uma avaliação ou por supervisão de alguém capacitado a fazê-lo.
Também não acredite em professores formados que não conhecem a sua área de atuação. Professor de musculação, de ginástica, de basquete, de karate, de dança ou qualquer outra atividade que não a pratique simplesmente está lhe dando uma indicação que ele "não usa o produto que vende".

Por Flávio França

sábado, 3 de setembro de 2011

Equipamentos de musculação.

Vamos comentar algumas das principais causas de lesões nas salas de musculação, os equipamentos utilizados. Primeiramente, se você paga "barato" para treinar, tenha certeza que vai pagar "caro" para concertar. É isso mesmo, uma academia que cobre seus 20, 30, 40 reais não tem condições de disponibilizar equipamentos ótimos e profissionais competentes, qualificados, registrados e satisfeitos.
Não é preciso que o equipamento seja caríssimo para ser bom, mas só os fabricantes sérios têm condição de fazer uma análise biomecânica do equipamento, bem como testes bem conduzidos e selecionar materiais preservem a integridade do equipamento e do cliente.
Alguns curiosos fazem equipamentos quase perfeitos, copiados de fotos e desenhos - isso é roubo de patrimônio intelectual. Outros são inventivos e desenvolvem seus próprios equipamentos, mas será que entendem de cinesiologia.
Tem gente que admira um instrutor ou um fabricante artezanal por ele saber os nomes de alguns músculos e suas fnções - isso só mostra a ingencuidade dele.
Vejamos alguns erros gritantes:

1. extensora - com sensação de muito peso no início e sem nenhum no fim do movimento e assento à 90 graus.
2. flexora - a mesma sensação e com a prancha reta, sem curvatura no quadril.
3. leg press - com apoio dos pés pequeno e que deixe o joelho se anteriorizar em demasia, banco não regulável e carro folgado nos trilhos o que gera um balanço característico.
4. smith machine - sem rolamento adequado causando atrito em demasia ou com apoio dos pés muito à frente.
5. supino reto - com suporte de barras muito curto ou muito longo, com altura inadequada e sem a possibilidade de elevação dos pés aliviando o arco lombar que se forma.
6. supino declinado - com a manutenção do quadril extendido.
7. puxador alto - sem apoio sobre a coxa, próximo ao quadril. Sem curso suficiente para puxar.
8. remada articulada - trazendo a pegada para próximo do peito, sem carga adequada à medida que se aproxima o peso.
9. voador 'peck deck' - sem estabilidade, com movimento desigual entre os braços.
10. suporte de agachamento - sem apoio de segurança regulável na altura, com instabilidade e sem espaço adequado para ajuda se necessário. Com piso escorregadio ou placas do piso soltas.

Isso foi só um pequeno roteiro para você ser capaz de julgar sua academia. Se ela não lhe atende o mínimo para garantir sua segurança ela não merece seu dinheiro - denuncie ao Conselho Federal de Educação Física, à Covisa, aos Bombeiros e à Secretaria de Tributação de sua cidade.

Não esqueça de fazer a propaganda negativa.

Por Flávio França