terça-feira, 12 de abril de 2011

O Processo de des-Educação

A Educação atualmente parece estar pautada em um ferrenho discurso pela liberdade de expressão, a aceitação das diferenças, a aprendizagem pela prática, o respeito aos saberes locais numa aversão ao conteudismo e às aulas reprodutivistas e no estímulo à criatividade e exercício da cidadania. No entanto, não consigo ver nada além de discurso.
As aulas são, rigidamente, montadas segundo um cronograma de horários que acredita-se, sem bases científicas, ser necessário para cada disciplina ter o 'tempo' suficiente para 'passar' o conteúdo. As disciplinas 'mais importantes' - onde não temos nenhum respaldo que as justifique - têm a disponibilidade de mais dias por semana do que aquelas, meramente 'decorativas', que se insiste em dizer que são importantes para um desenvolvimento integral, mas que estão apenas ali, atrapalhando as que se julgam ser fundamentais para o futuro profissional - como se pudessemos adivinhar qual vai ser o futuro dos alunos.
Sei que é necessária uma organização do conteúdo e disciplinas escolares, e cabe ao corpo docente justificar suas escolhas com base em pesquisas e debates, mas como definir o que é mais importante em detrimento de outras áreas. Curiosamente o número de matemáticos e especialistas nas letras não justifica termos tantas horas para estas duas áreas.
Dizem ser pelo fato de a matemática desenvolver o raciocínio lógico e o português para que compreendamos a lingua materna, mas só vejo o pessoal ter dificuldade com estas áreas, mesmo com tantas horas de estudo. Segundo Vigotski, uma aprendizagem não é transferida diretamente para outros elementos. Aprender como equacionar um problema não se transfere para resolução de problemas de classificação filogenética. Cada saber é um saber. O processo de equacionar e classificar sim, pode ser extrapolado, e isso é possível com qualquer disciplina. Infelizmente as aulas não são montadas de forma a fazer o aluno equacionar e classificar, mas para decorarem o que já se tem feito.
As escolas nunca valorizaram as artes, exceto para apresentações medíocres em feiras de ciências e no São João, nem a Educação Física, apenas para ganhar pontos nos jogos escolares e conquistar alunos com suas propagandas. A música e o teatro nem aparecem, só com que faz fora. Quem dirá do comediante, o artista circense, o dançarino que sempre são muito elogiados, mas que nenhuma escola desenvolve.
Parece que as boas escolas são boas porque juntam vários talentosos alunos e não porque desenvolvem talentosos alunos.
A liberdade de sentar numa fila e o tempo desperdiçado aprendendo o que já se sabe além de uma forte repressão à criatividade, à originalidade é que se vê nas escolas.
Muitos professores não gostam destas palavras, acham fortes. Forte é a ridícula mediocridade com que tratamos os corpos de nossos alunos. Só oferecemos baganas cerebrais, não alimento nutritivo de espíritos fortes, vigorosos, honrados, honestos, justos, cortezes, sensíveis e corajosos.
A única coisa que ainda justifica a escola nos moldes atuais seria a sociabilização, mas é um engodo. O jovem está apenas manifestando uma banalização dos sentimentos, da afetividade com amizades virtuais e destinadas a 'fazer trabalho de casa'.
Nietzsche é feliz quando se coloca contrário à ideologia populista de ajudar ao próximo facilitando seu acesso ao conhecimento. Uma aula não pode ser destinada a ensinar algo, mas instigar o aluno a querer aprender e não se contentar com respostas prontas.
Professores ditos como bons, na verdade, escrevem a matéria, explicam, faz uma prova que a maioria consegue responder e aprova a maioria além de ser simpático e 'aparentemente' ligado nos problemas dos alunos.
O problema do aluno reside no fato de não ter problemas. Quem não sentir raiva por não ser ouvido, não sentir curiosidade por um fato desconhecido, amor por si e pelo que se gosta, coragem para enfrentar as dificuldades não sabe o que é educação.
As pessoas estão tão 'sensíveis' que não mais suportam críticas, não podemos mais ferir sentimentos, temos que oportunizar livros de 'fácil acesso' de 'fácil leitura' - literalmente estamos dizendo, lei isso porque você é incapaz de ler o original.
O livros de contos com duendes e explicações fantasiosas para a vida superam as vendas dos livros que ensinam saberes concretos, mesmo que com uma linguagem destinada às crianças.
Achamos que crianças não podem aprender sobre história, física, sobre seu corpo, sobre as artes e conservamos um mundo de fantasias sem ver suas consequências que são, desenvolver adultos com medos e explicações de outro mundo para os fenômenos naturais.

Preciso parar por aqui já que a maioria não tem mais paciência de ler textos grandes. Por isso vende-se livrinhos de estorinhas para as crianças com resumos de contos já resumidos e livros didáticos que resumem resumos de fragmentos. Depois posto mais.

Flávio França

sexta-feira, 8 de abril de 2011

autopreservação

Algumas recomendações básicas que precisam ser divulgadas

1- ouça seus pais, eles têm mais experiência que você

2- evite andar só, se for preciso, procure ruas com movimento mesmo que ande
mais

3- qualquer coisa suspeita, não tenha vergonha, entre no primeiro local que
puder e peça ajuda

4- evite sandálias pois é mais difícil de correr e se precisar, largue tudo o
que tiver sem receio

5- se for assaltado, faça o que o indivíduo disser e fique tranquilo

6- se for levado por alguém, procure ficar calmo, olhar tudo o que acontece e
se comunicar dando dicas do que sabe

7- por mais tentador que seja, ninguém dá nada de graça, negue logo e saia de
perto

8- sempre que entrar num local, mesmo conhecido, pare, olhe ao redor, analise
e procure o lugar mais seguro (próximo a conhecidos, de costas para uma parede,
próximo de extintor, fácil de sair e com barreiras que possa se esconder, vendo
a entrada, identificando as pessoas suspeitas ou não, percebendo movimentos
estranhos, conversas, sons, ruidos e cheiros)

9- na escola, em casa ou na rua, nunca perca a atenção nas coisas, mesmo
estando brincando com os colegas, as coisas só acontecem quando estamos
desatentos, acidentes ocorrem na falta de prevenção e correr desesperadamente só
atrapalha

10- não confie em ninguém, por mais que você conheça, isso é o mais
difícil.



Flávio França

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Violência é normal?

Infelizmente é preciso que ocorra um massacre para que tenhamos nossa atenção desviada para o fato de que não estamos preparados para lidar com situações de risco.
Achamos que certas coisas nunca ocorrem e não nos prevenimos. O pior é o fato de que estes casos como o da escola do Rio é previsível.
Acidentes, catástrofes e absurdos de violência são derivados de fatores conhecidos. O que é preciso fazer é reconhecê-los e prevenílos sem medo de taxar, ser preconceituoso ou confiantes demais em forças não naturais.
Toda vez que observar-mos fatos suspeitos devemos providenciar o que for necessário para evitar que algo aconteça.
Esse 'coitadinho' doente provavelmente deve ter dado vários sinais e ninguém teve coragem de fazer o que fosse cabível no momento. Isso eu digo, desde criança e não só depois de grande.
Os estudos do comportamento, infelizmente, são deslocados do foco da educação por mero preconceito e achismo de que somos muito superiores aos demais animais e só devemos estudar o comportamento destes 'outros' animais. Se a educação começa-se a estudar seriamente os desvios de conduta, poderia fazer algo e ajudar aos pais que têm medo de 'magoar' filhinhos.

Flávio França

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Barriguinha?! Mitos e verdades.

A gordura que acumulamos na região abdominal, e no resto do corpo, não se deve a 'comer gorduras', mas ao excedente alimentar total frente ao gasto calórico, este se constitue por uma parcela derivada das atividades diárias, outra parte dos exercícios físicos intencionais e uma última do metabolismo basal - que mantem as funções do corpo.
Quanto à alimentação, sabemos que alimentos feitos com gorduras trans têm uma preferênciazinha pela barriguinha. Não esqueçamos da genética, alguns têm mais facilidade de acúmulo em determinadas partes do corpo - nos homens, mais na barriga e nas mulheres, nas coxas e culotes.
Os alimentos que se isentos de gordura trans podem estar mentindo. A lei só obriga a colocar a partir de uma determinada quantidade e os fabricantes reduzem as porções para não precisar colocar no rótulo, ou seja, se comer mais que uma porção, dançou.
Mudar a alimentação é imprescindível. Devemos comer bem e nas quantidades certas, o bom é que todo mundo sabe o que fazer, só precisa criar vergonha na cara e deixar de se vender às modas e guloseimas de forma descontrolada. Comer uma pizza, salgadinho etc não faz mal, o problema é que eles alteram o seu comportamento de tal forma que você deixa de ser dono de seus próprios desejos. Todos acabam tendo um reforço no comportamento pelos prazeres imediatos onde a consciência passa a ser mera escrava das propagandas e dos círculos de amizades (mui amigo, né).
Quanto aos exercícios, quem disser que deve fazer abdominal é um enrrolador. Não existe nenhum exercício específico para gordura localizada, nem tratamento estético ou cremezinho. É tudo mentira. No máximo diminuem as medidas momentaneamente, mas volta em poucos minutos.
Exercício aeróbio é outro mito. Dizem que os aeróbios queimam gordura, só não dizem que não vem do abdômen. Tem muita gordura no fígado, ácidos graxos circulando, gordura intramuscular para ser metabolizada. Se for passar fome e andar bem muito vai acabar fazendo o corpo preservar as gorduras e metabolizar as proteínas reduzindo a massa muscular e o metabolismo basal além de desidratar e dar a sensação de fadiga, preguiça.
Exercícios aeróbios são bons, mas deve-se fazer, prioritariamente os anaeróbios e, principalmente musculação, pois, dessa forma, você 'ensina' ao seu corpo a crescer a massa magra e usar mais calorias no dia-a-dia.
Na verdade, o ideal é se observar que o abdômem está ultrapassando cerca de 82cm nas mulheres e 92cm nos homen, criar vergonha e se exercitar além de procurar um nutricionista ou comer feito gente.
Os preguiçosos, na verdade, deveriam fazer exame de fezes e sangue pra ver se não tem verme ou outras doenças, se não, brigar com seus pais que lhe educaram de forma a ser preguiçoso.

Flávio França