sexta-feira, 6 de maio de 2016

Faz tempo que não escrevo, mas um fato me motiva a fazê-lo: a situação científica brasileira.

Não é a política que me preocupa, mas a ciência, ou sua falta. As escolas estão excessivamente conteudistas - ostentam o prêmio de encheção de linguiça. Trabalham com a ciência de forma dogmática, com verdades que alguém disse e o método científico se desfacela nas cabeças de nossos jovens.

A curiosidade, a criatividade e a insanidade não são aceitas como valores, mesmo não vivendo mais em governos ditatoriais.

O importante é a formação do cidadão crítico, sabedor das ideologias emergentes, operárias, sem terra, anti-midiáticas globalistas, anti isso ou em prol daquilo e a técnica, a tecnologia e a ciência são escanteadas como elementos "mecanizadores" e "desumanizados".

Vejo que nossos jovens serão cada vez mais tecnicistas nesta perspectiva por acreditar em ideologias e não reconhecer evidências, acreditar em fatos e não criticar as interpretações, uma cidadania desmeritocratizada e uma ciência desantropocentrada.

Enquanto as curas milagrosas, os chás, os sucos detox, os discursos proletariarizados, os programas de acesso facilitado, as distribuições das fatias por mérito da pobrecidade e as falácias pseudocientíficas se proliferam, a ciência padece de cientistas.

Por Flávio França